Tornozelos

ENTORSE DO TORNOZELO

    É uma das lesões desportivas mais frequentes.

    Ocorre devido às rotações forçadas do pé e manisfesta-se clinicamente por dor na face externa ou interna (conforme seja afectado o ligamento lateral externo ou interno) que aumenta com a palpação da zona e os movimentos articulares.

    Esta lesão é frequentemente acompanhada de tumefacção e hematoma.

                Conforme a gravidade do mesmo, pode produzir-se desde a simples distensão até á rotura ligamentar completa, a qual pode confundir-se com uma fractura do tornozelo.

                O estudo radiológico, simples ou com manobras forçadas buscando a abertura articular, contribuem para o seu diagnóstico. Em deteminadas ocasiões uma ressonância magnética pode estar indicada para descartar outras lesões associadas.

                O tratamento ortopédico baseia-se na imobilização durante uns dias acompanhado de frio local e anti-inflamatórios, e posteriormente exercícios proprioceptivos em tabua oscilante.

                A rotura ligamentar exige um período de imobilização mais prolongado e, em determinados casos, pode ser necessário o tratamento cirurgico para reparar a lesão ligamentar.

 

FRACTURAS DO TORNOZELO

                 O mecanismo de produção é similar ao do entorse.

                Assim mesmo o tornozelo doi com a imobilização e pode resultar na impossibilidade de andar. Em poucas horas inflama-se e aparece um hematoma na zona.

                O estudo radiológico permite conformar o diagnóstico.

                Algumas fracturas podem ser tratadas com imobilização engessada por um período de 4 a 6 semanas, mas as mais graves são necessáriamente cirurgicas, realizando técnicas de osteossintese.

TORNOZELO INSTAVÉL E/OU DOLOROSO

                Depois das entorses de repetição do tornozelo ou de algumas fracturas do tornozelo pode-se ficar com uma laxidão residual do mesmo, que se traduzirá clinicamente por dor e sensação de falha em rotações, movimentos de salto e corridas por terrenos acidentados.

                O seu diagnóstico, por vezes muito díficil, baseia-se numa história clínica completa e em explorações complementares como a radiologia forçada ou a ressonância magnética.

                O tratamento inclui medidas de reabilitação e em certos casos, uma intervenção cirurgica para corrigir as referidas laxidões.

 

SINDROMAS COMPARTIMENTAIS DA PERNA

            Os musculos da perna encontram-se envoltos por umas fascias em compartimentos extensíveis. A hipertrofia dos mesmos durante o exercicio ocasiona um conflito de espaço nos referidos compartimentos, estudos provam clinicamente que a dor aumenta com o exercicio e melhora com o respouso.

                O diagnostico baseia-se na exploração clinica e na medida da pressão existente nestes compartimentos.

                O tratamento inicia-se com terapeuticas de fisioterapia e repouso desportivo. Se com o tratamento médico-fisioterapeutico adequado não melhora, pode haver indicação para a abertura das referidas fascias.

 

PERIOSTITES

                O periosteo que envolve o osso e as inserções musculares no mesmo podem sofrer fenomenos inflamatórios ocasionando este quadro, bilateral e localizado mais frequentemente na face posteromedial da tibia. Está favorecida por alterações nos eixos das extermidades inferiores e por sobrecarga relacionada com métodos e superfícies de treino ou actividade desportiva elevada.

                O quadro clinico consiste em dor localizada na face interna de ambas as pernas, que aumenta com a actividade desportiva e alivia com o repouso.

                A gamagrafia ossea põe a descoberto um aumento da captação no rebordo tibial, e permite o diagnóstico diferencial com outros processos como as fracturas de stress.

                O tratamento é conservador baseando-se na correcção de métodos de treino e competição assim como em ortoteses que absorvam e corrijam as alterações biomecânicas do desportista.

 

Rui Campos e Catarina Beça